domingo, 27 de novembro de 2011

O ILUMINADOR DE SOMBRAS

Há poucos dias descobri o palestrante motivacional Nick Vujicic em um video no YouTube. Nascido sem braços ou pernas – estas são apenas “asinhas de galinha”, segundo sua própria definição -, Nick tem viajado o mundo levando inspiração a milhares de pessoas. E a mim também, embora à distância. Impossível assistir a uma palestra de Nick, seus vídeos e declarações, sem se perguntar ‘o que eu estou esperando para expandir os limites da minha vida’. Alguns dias depois, encontrei um livro de Nick à venda e, é lógico, comprei.

Animada, comecei a mostrar o livro a algumas pessoas, perguntando se conheciam Nick. Mesmo afinada com o postulado de Gregory Bateson de que "o mapa não é o território", fiquei surpresa quando me deparei com a seguinte afirmação “Não gosto dele, detesto apelação”. Assim descobri que a admiração por Nick e sua conquista de “Uma vida sem limites” – nome de seu livro - não é uma unanimidade.

O que faz com que algumas pessoas inspirem-se em Nick e outras se mostrem incomodadas está relacionado ao fato de ele nos colocar em contato com nossa sombra. Na sombra, guardados no inconsciente, estão sentimentos, aspectos de personalidade, características nossas que de alguma forma negamos. Se algo nos toca emocionalmente, seja gerando admiração ou desprezo, é porque nos coloca em contato com a sombra. E Nick é o tipo de pessoa que dificilmente passará sem despertar algum tipo de emoção nas pessoas que tomam conhecimento de sua existência e da sua relação com a vida, de uma forma ampla. E esta emoção não tem a ver com Nick. Ele já superou muitos desafios e sentimentos. Esta emoção tem a ver com quem a sente.

Os que admiram Nick e o tomam como inspiração para transformações que querem trazer para suas vidas, tiveram sua “sombra branca” ativada por Nick. Na sombra branca está todas aquelas características que amamos, e que por algum motivo não nos consideramos merecedores. No entanto são aspectos presentes em nós, e que estão à espera de serem desenvolvidos. Basta a gente querer e entrar em ação para isso. Os testemunhos de Nick nos colocam em contato com esses potenciais e catalisa nossa vontade para que nos sintamos inspirados a sair de um estado confortável para explorar possibilidades ainda mais poderosas na vida.

Os que desprezam Nick provavelmente entraram em contato com sua “sombra negra”. Enxergam Nick em sua deficiência, em suas “óbvias” limitações. No entanto, ele desenvolveu um estilo de vida próspero, mostra-se feliz, viaja o mundo e é admirado por milhares de pessoas. Não é “digno de piedade”. E assim, como podemos mostrar como somos caridosos e piedosos? Ele não precisa de nos, mas ainda precisamos dele. Há uma inversão aqui. E não é só isso: como ele pode colocar em evidência tudo o que toleramos na vida e limita nossa felicidade, isto é, nossa incapacidade invisível aos olhos e manifesta em nossas parcas conquistas... Realmente Nick explora uma seara na qual algumas pessoas não se sentem à vontade, preferem evitar. Até porque, colocar-se em contato com tais questões traz a necessidade de assumirmos responsabilidade pessoal por nossa desarmonia e por entrarmos em ação para nos equilibrarmos. Ou não. Nesse caso, talvez seja melhor fechar os olhos e aguentar.

Aqui fica uma sugestão: assista ao video de Nick, entre em contato consigo mesmo e perceba o que seu sentimento em relação a Nick tem a revelar sobre você. Este será um importante passo no seu autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.

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"O nosso medo mais profundo, não é de que sejamos incapazes. O nosso medo mais profundo é que sejamos poderosos além da medida. É a nossa luz, não a nossa escuridão o que mais nos amedronta. Nós nos perguntamos. "Quem sou eu para ser brilhante, alegre, cheio de talentos e fabuloso?". Na verdade, quem é você para não ser tudo isso? (...) Bancar o pequeno não ajuda o mundo. Não há nada de brilhante no fato de se encolher para que outras pessoas não se sintam tão inseguras em torno de você. (...) E à medida que deixamos nossa própria luz brilhar, inconscientemente damos permissão aos outros para fazerem o mesmo. À medida que nos libertamos do nosso medo, a nossa presença automaticamente liberta outros".
Marianne Williamson

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